Defesa Civil Estadual e órgãos de segurança retiram ácido cianídrico de oficina no Bairro Industrial

15 de Março de 2019 | 14:58

O Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência Social e do Trabalho (Depec/Seit) foi acionado por uma denúncia, dando conta da existência de produtos perigosos em uma oficina veicular situada no bairro Industrial, na capital. Em ação conjunta com o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil Municipal e Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), nesta sexta-feira, 15, os agentes interditaram o local, de onde foram removidos dois toneis contendo ácido cianídrico. “Uma vez que o Estado tomou conhecimento do risco às pessoas, através do Corpo de Bombeiros, interditamos o local e acionamos a Adema, que mobilizou e retirada do material através da empresa responsável pela sua fabricação”, informou o cel. Alexandre José, diretor da Defesa Civil Estadual.

Segundo o analista ambiental da Adema, Jamiel Menezes, os toneis que continham o produto estavam corroídos, sendo um deles perfurado. “Segundo o atual proprietário do estabelecimento, o material foi abandonado pelo antigo dono do local, e estava lá há mais de 20 anos. O nível de ácido aceitável do produto é de 4.5 e, ao chegarmos no local, constatamos o nível de 10. Em ambiente confinado, a tendência é piorar. Mas, já foi realizada a retirada do material, averiguamos novamente os níveis e não há mais identificação do produto no local”, detalhou.

Conhecido pelo seu uso letal durante o holocasto contra os judeus, na Segunda Guerra Mundial, o ácido cianídrico encontrado no bairro Industrial representava menor risco, pois estava em sua forma salina. Apenas em contato com a água, o ácido passa por reação química e pode se tornar fatal. “O material tem risco pontencial, pois é muito hidroscópico [absorve com facilidade a água existente em forma de vapor na atmosfera] e, em contato com a água, tem alto risco letal”, completou o técnico. A Adema trabalha com a hipótese de que o material era utilizado pela antiga empresa instalada no local, onde funcionava uma fábrica para processamento de plástico e fibra. O órgão promoverá uma investigação para apurar os responsáveis pelo abandono do produto.

A empresa Proquigel foi acionada pela Adema para fazer a coleta, transporte e destinação final do produto. “Fizemos a retirada e monitoramos a atmosfera do ambiente com equipamento específico para HCN, e o resultado está dando 0. O local já está liberado, todo o produto encontrado está devidamente embalado e agora irá para o seu destino final, que é a unidade da Proquigel na Bahia. O material será incinerado por uma empresa especializada e registrada no órgão ambiental, por onde será emitido um laudo, a ser enviado para a Adema daqui de Sergipe”, informou o técnico em segurança da Proquigel, Glauber Rosemberg.

À população, a Defesa Civil recomenda que, encontrando produtos perigosos, acione imediatamente o Corpo de Bombeiros, através do telefone 193. “Os bombeiros são os profissionais adequados a realizar a aproximação, com vestimentas e equipamentos de proteção individual apropriados, para a identificação do material encontrado e encaminhamento dos procedimentos técnicos para eliminação do produto”, concluiu o cel. Alexandre José.
Fotos: Pritty Reis

Última atualização: 24 de abril de 2019 09:46.

Pular para o conteúdo